Sei que não sou perfeita, e que nunca vou ser uma estrela,
Mas tenho o meu próprio brilho,
cintilo e existo, mesmo sem ninguém ver.
Sou astro pequenino, raio de luz vespertino,
Que percorre o céu, num dia qualquer.
Já percorri caminhos e locais silenciosos,
Mas não sou bússola, estrela guia de um perdido,
Mas sempre encontrei nos outros
Tudo o que se mascarou e manteve escondido.
Não quero ser por do sol, nem aurora marsupial,
Mas possuo todo o poder para encantar e surpreender,
Não apaixono namorados nem sou a paisagem mais bela,
Declaro-me antes menina mulher.
Apaixono e amo, mas não sou Cupido,
Procuro e luto, mas não sou Gulliver.
Astro pequenino, raio de luz vespertino,
Que percorre o céu num dia qualquer.
Não quero ser mais do que uma onda do mar,
Perdida e encontrada por quem a quiser,
Sou astro pequenino, raio de luz vespertino,
Que percorre o céu num dia qualquer.
E mesmo apagada, voltarei a brilhar,
Aquecendo o coração de alguém que um dia amou,
Percorrerei o infinito e partirei para vaguear
Na luz de um astro que me chamou.
Viajo no interior de quem promete e deseja,
Dos que ficam e lembram que vale a pena viver.
Sou astro pequenino, raio de luz vespertino,
Que percorre o céu num dia qualquer.