Foi com surpresa e uma certa condescendência que recebi esta
frase no meu cérebro. Realmente está tudo louco, sim.
Quanto às árvores, não vos sei, sinceramente, explicar com
as devidas denominações o que se passa, mas dever-se-á ao tempo, à maturidade
dos frutos, que consta que agora tudo se transforma muito mais rápido, fora dos
limites temporais a que estamos acostumados. Primavera e Outono, serão palavras
que já pouco detêm sensações. Exclui-se um meio-termo que sabia tão bem e que me
fazia sentir como que em filmes como Outono em Nova Iorque ou a Canção do Sul e
prepara-se o espírito e o corpo para o choque: ou muito frio ou muito calor.
Quanto às pessoas… Bem, pensando melhor, acho que sei mais
sobre as árvores.
O que posso referir, é que realmente e pensando bem sobre o
assunto, não existe muita diferença entre as árvores e as pessoas. Hoje, tal
como as árvores, as pessoas maduram rápido, transformam-se sem esperar a sua
estação e quando cai a folha vejo-me diante de uma tormenta que nada tem de
belo.
Embora as pessoas pensem que estão quentes como no verão,
nada fizeram senão alterar as estações e o encanto. E este meu choque vai para
Miley Cyrus que embora nunca tenha sido uma referência pessoal, por ter já ficado
traumatizada com a Ana Malhoa, revelou-se num ídolo para a criançada que
adorava a menina sorridente e divertida que cantava e perseguia os seus sonhos,
num ambiente brilhante, de sonho. E ameno, claro está.
De um momento para o outro surge o Verão e ela despe-se.
Matura de repente, corta as raízes e lá vai ela, pouco de formosa e muito de
segura, aparecer nos media numa postura puramente pornográfica a chocar a
pequenada, acostumada à inocência e purpurinas, que a verá como um exemplo a
seguir.
È para tirar? Então tira-se!
Confesso-me verdadeiramente abalroada com a mentalidade adquirida um pouco por
todo o mundo nos últimos tempos. Vale de tudo. O que é mesmo “fixe” é viver. “Keep
Calm” que o corpo é já um objecto, como quem oferece uma pastilha elástica. Beicinhos,
nudez, marcas e estilo. Muito estilo. Diz que é swag, meus amigos!
Vão-se, assim, os sonhos das crianças ainda com mais facilidade do que foram
absorvidos. Vai-se a sanidade e a salutariedade que acompanhava a Heidi, o
Marco, a Rua Sésamo e até o Dragon Ball, que apesar da tontice da tartaruga
genial, ainda ia tapando qualquer coisinha e não mudava drasticamente, senão
para fazer o bem.
E eu estou apenas preocupada com o nosso futuro, com as
crianças, com a (des)evolução da educação. A minha geração já detém o seu “Quê”
de loucura e pessoas como a Miley Cyrus só vêm destruir a pouca magia que ainda
existe no mundo, dedicada agora a uma realidade literalmente nua e crua.
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