quinta-feira, 6 de março de 2008

A mensagem

No outro dia recebi uma mensagem da minha mãe. Era uma mensagem daquelas que ela me manda de quando em vez e consegue sempre acertar no tema que há-de abranger, porque corresponde sempre ao meu estado de espírito ou á experiência que estou a passar naquele momento, apesar de estarmos a 180 quilómetros de distância:

“ Com o tempo, aprendemos que as palavras de amor perdem o sentido quando usadas sem critério. Aprendemos que amigos não são para guardar no peito e sim para mostrar que são amigos.
Com o tempo aprendemos que certas pessoas vão-se embora da nossa vida de qualquer maneira e que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas e saber lutar pelas coisas que acreditamos!
Sejamos sempre nós mesmos, porque a autenticidade é uma virtude, embora nunca bem vista, e a hipocrisia um mal que destrói a alma.”

Senti-me verdadeiramente tocada quando recebi a mensagem e vi o meu reflexo espelhado no seu conteúdo. Palavras de amor… São tão bonitas e fazem sentir-nos tão bem…! Mas apenas durante aquele tempo da primavera relacional, quando o nosso elo se mantém no auge e as hormonas se encontram ao rubro. Porque depois, meus caros, digo-vos eu de experiência própria, não é nada o mar de rosas das histórias de encantar. Mas isso já é mesmo outra história.
Quanto aos amigos, cada vez acredito mais que aqueles que se encontram na nossa lista preferencial não são para deixar no peito, não senhor. Aqueles seres com o dom natural de entreajuda, que já nasceram com palavras racionais e de afecto a pular-lhes nas veias têm a necessidade de demonstra-lo constantemente sem ser preciso tirar senha ou elaborar pedidos por escrito.
Mas depois há sempre aqueles decadentes momentos em que quem nos toca, física e psicologicamente, por mero acaso do destino ou não, se vão afastando até se tornarem meras recordações que muitas vezes nem nisso se deveriam e/ou mereciam tornar.
Eu sei mamã, é difícil sermos aquilo que os outros esperam que sejamos. Mas para quê fazê-lo se devemos ser nós mesmos?! Perante diversas experiências aprendi que não adianta tentar agradar os outros porque no final quem perde sou eu, deixando que me comam as entranhas, me arranquem o tutano e me façam esquecer por momentos os ideais que segui até ali. E aprendi isto no outro dia, quando alguém decidiu lançar-me palavras hipócritas e gestos falsos. Não deixo, não quero, afasto-me e mais do que isso, não perdoo. Desculpem-me, Bíblia e ensinamentos cristãos, mas tal como disse a minha mãe, nem sempre se consegue agradar a toda a gente. Hoje decidi que vou lutar por aquilo que realmente acredito e ambiciono e que se lixem os obstáculos, ideais falsos e cínicos porque com esses posso eu bem. Se assim não fosse o bem nunca ganharia ao mal, como nas tais histórias de encantar. Até já.

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