“Depois do acasalamento, as fêmeas buscam plantas adequadas para colocarem seus ovos.
(...) a fêmea sente a textura das folhas das plantas (...) a temperatura, a presença de ovos de outros insectos ou a disponibilidade de alimentos. Após algum tempo, os ovos eclodem e deles saem lagartas (...)
As lagartas comem o dia todo e até mesmo durante a noite. Nos momentos em que não estão comendo, recolhem-se nos ninhos que fazem na parte inferior de uma folha especial: a única folha que evitam comer. Já bem alimentadas com os nutrientes necessários, elas passam à fase conhecida como pupa.
(...) Esta capa, que acaba sendo sua protecção, dura até que ela atinja a fase adulta.
(...) a fêmea sente a textura das folhas das plantas (...) a temperatura, a presença de ovos de outros insectos ou a disponibilidade de alimentos. Após algum tempo, os ovos eclodem e deles saem lagartas (...)
As lagartas comem o dia todo e até mesmo durante a noite. Nos momentos em que não estão comendo, recolhem-se nos ninhos que fazem na parte inferior de uma folha especial: a única folha que evitam comer. Já bem alimentadas com os nutrientes necessários, elas passam à fase conhecida como pupa.
(...) Esta capa, que acaba sendo sua protecção, dura até que ela atinja a fase adulta.
(...) Quando o casulo se rompe, sai dele a borboleta adulta, com corpo e asas inteiramente formados. Esperam mais algumas horas para que as asas sequem e endureçam e então... podem voar!”
Denise Moraes, In Vivo
Quando nasci, os meus pais procuraram dar-me tudo o que podiam. Talvez quisessem mais para mim, mas as suas posses delimitaram que viveria sem grandes artefactos. Cresci alimentada pelas informações que ia retendo. Brinquei, conheci, aprendi com tudo aquilo que me era colocado no caminho, fazendo de cada dia uma lição. Consumi da cultura que me iam mostrando, bebi de cada dia que me fez crescer... Mas ás vezes, dava-me uma vontade imensa de fugir, de me esquecer, esconder-me do mundo e refugiava-me no meu quarto, onde ficava durante horas a fio.
Na verdade, e apesar de todas as pessoas que me ocupavam o meu coração, de toda a família que me circundava, de adorar o lugar onde vivia, eu queria mais. Chamavam-me sonhadora, exagerada, idealista. Discutiam, criticavam, impediam-me. Depois de muitas tentativas frustradas para assumir uma identidade diferente daquela que todos esperavam, percebi que o segredo estava em saber esperar. Até encontrar forças para lutar, não conseguiria escapar ás índoles naturais de quem me viu crescer. Mas se eu não podia ser quem eu queria, também não iria ser o que esperavam.
Eu já não era eu.
Vivia acostumando-me aos meus próprios erros, às minhas falhas, aos fracassos de amores não correspondidos. E fechei-me dentro de mim, assumindo-me como refúgio de um mundo que não escolhi. Um dia, iria ser quem eu ambicionara. E coabitava com a esperança de poder vir a ser o que queria, de voar mais alto do que os outros alguma vez pensariam voar.
Numa manhã clara de primavera, senti um rasgo de luz afectar-me a visão, enublada de uma noite passada entre o choro e a decepção. Acordei decidida a mostra-me ao mundo como era, de uma vez por todas. Tinha ficado anos naquele casulo que era o meu quarto, à espera de um sinal que eu própria sabia não existir. Estava decidida a virar a minha vida do avesso, que é o lado que prefiro.
Coloquei-me em frente ao espelho e sorri. Os cabelos, cortados com a primeira tesoura que encontrei, condiziam com as cores vivas da minha vestimenta. Pela primeira vez, senti que todos os quereres do meu coração tinham força para se libertarem e crescerem soltos e desatados do meu passado.
Convoquei uma reunião com o meu coração, de onde demiti muita gente que lá estava fazia anos. Foram embora sem direitos! Mergulhei a minha cabeça no mais quente dos sentimentos e expulsei de uma vez todos os pensamentos que se tinham ocupado dela.
À minha volta, observei todas as pessoas que me olhavam com cara de nada, valendo coisa nenhuma. Tantos risos, tantos choros, tudo falso! Soltei uma gargalhada e agradeci por ser diferente de todos os outros. Não me despedi, não acenei, não olhei para trás. Corri para a janela, debrucei-me, olhei o infinito e...
O primeiro voo de uma borboleta é algo único.
È a prova de que todos, sem excepção, conseguem atingir os objectivos, embora este seja um percurso com sacrifícios, dores e sofrimentos, mas vale muito a pena.
Hoje, estou a voar por entre as nuvens.
È realmente compensador sonhar e ser, pensar e querer, fazer por isso!
Espero que, tal como eu, tenhas a coragem de mudar o teu rumo e vires voar comigo!
A vida é muito curta. Curta de mais para ser pequena.
♥
Perfeito...!
ResponderEliminarIdentifiquei-me de imediato com tudo o que aqui li!!!
E EU TAMBÉM DIGO...PERFEITO.
ResponderEliminarAdorei:)