As coisas mais simples da vida, acabam elas próprias por ser complexas.
Quanto mais não seja pela simples dificuldade em torna-las alcançáveis, singelas e particulares, dando-lhe especial atenção involuntariamente.
Eu também sou assim: Simples e muito complicada.
Às vezes, quero ser mais, viver mais, conhecer mais, aprender mais e tudo mais, mais, mais. Acho sempre que nada é suficiente, que nada basta para que este meu espírito se preencha de orgulho de mim, da minha vida.
D’antes, perguntava-me muitas vezes se existiria mesmo o tal auge de satisfação que procurava. E permaneci muito tempo em busca deste sentimento que julgava eu, ser tão precioso e raro...
Até que o encontrei.
No mais simples (e lá está, tão complexo pela sua simplicidade) retrato de mim mesma.
Percorri as fotografias, memórias paradas de toda a minha vida, e foi então que percebi:
Tantas vezes tinha já atingido o que estupidamente procurava! Ah, como eu fui feliz aqui, como eu estava bem nesta altura (e permaneci o tempo todo a queixar-me das minhas gorduras, do meu vestido...), e foi tão bonita esta festa que naquele dia passei horas a criticar!
Na verdade, não tinha dado o devido valor àqueles momentos. Não naquele preciso tempo, contabilizado ao segundo. E como fui tonta por pensar que poderia ter mais quando já tinha tudo!
A partir desse momento aprendi que o dia de hoje, cada fracção de tempo que passa, é o mais feliz momento que posso viver. E cada segundo que virá será apenas futuro, e cada segundo que passou já faz parte de um passado, vivido intensamente!
Pinta a tua vida das mais belas cores, dando valor ao momento, agora. Agradece por cada instante e sorri perante as adversidades. Se tiveres que dizer, diz já! Se tiveres que gritar, que o teu eco se ouça por toda a parte!
O importante mesmo é que vivas, da forma mais intensa, pura e preciosa.
“Carpe Diem quam minimum crédula posterum” – Horácio
(Aproveita o dia acreditando o mínimo no futuro)